Ferrari Dino: História, Mercado e Atrativos

Ferrari Dino

Ferrari Dino é um nome que carrega uma herança única dentro do universo automobilístico, sendo um dos capítulos mais fascinantes da própria evolução da Ferrari. Lançado no final da década de 1960, o primeiro Dino foi uma resposta da marca italiana à necessidade de competir no segmento dos carros esportivos de média cilindrada, um mercado em ampla expansão naquela época. O nome Dino é, na verdade, uma homenagem a Alfredo “Dino” Ferrari, filho de Enzo Ferrari, que participou do desenvolvimento do motor V6 antes de falecer prematuramente.

A Ferrari Dino foi idealizada para tornar a marca acessível a um público um pouco mais amplo, ao mesmo tempo em que mantinha o DNA esportivo e apaixonante de Maranello. Inicialmente, o modelo foi comercializado sob a marca Dino (sem o emblema Ferrari), diferentemente dos famosos V12 da empresa, a fim de preservar a exclusividade associada aos motores maiores. No entanto, com o passar do tempo, a comunidade de colecionadores e entusiastas reconheceu esses modelos como verdadeiros Ferrari, celebrando sua elegância, dirigibilidade e desempenho.

No mercado de carros clássicos, a Ferrari Dino apresenta uma valorização consistente, sendo frequentemente apontada por especialistas como um excelente investimento para apreciadores do gênero. Seus atrativos vão muito além do emblema: o design atemporal, as linhas curvas desenhadas por Pininfarina, o ronco distinto do motor V6 e o equilíbrio dinâmico inigualável fazem dela uma verdadeira obra de arte sobre rodas. Além disso, sua fama cresceu ainda mais nos últimos anos, impulsionada pela escassez de exemplares bem conservados e pelo desejo dos colecionadores em adquirir um pedaço raro da história Ferrari.

Apesar de todas as suas qualidades, não se pode ignorar que a Ferrari Dino possui concorrentes de peso e, por ser um modelo de manutenção especializada, pode apresentar alguns desafios para quem não está acostumado ao universo dos clássicos italianos. Em contrapartida, oferece exclusividade, prazer de condução e o prazer incomparável de possuir um legítimo Ferrari Dino. Com base em toda essa tradição e peculiaridades, este artigo vai mergulhar a fundo nos detalhes técnicos, versões e desempenho desse clássico imortal.

Ficha Técnica e Versões

Durante sua produção, entre 1968 e 1976, a Ferrari Dino teve diferentes versões que marcaram época não só pelo desempenho, mas também pelo apuro de projeto e exclusividade. Os principais modelos foram Dino 206 GT, Dino 246 GT/GTS e, fora da linha principal, o raríssimo Dino 308 GT4. Conheça cada um em detalhes:

Ferrari Dino 206 GT (1968-1969)

Primeira versão de produção, carroceria em alumínio, motor V6 de 2.0 litros, aproximadamente 150 cv. Apenas 152 unidades produzidas, tornando-se um dos modelos mais raros.

Ferrari Dino 246 GT/GTS (1969-1974)

Com melhorias mecânicas e chassis em aço, trouxe o design icônico que conquistou o mundo. O motor cresceu para 2.4 litros com potência de até 195 cv. Teve duas configurações: GT (cupê) e GTS (targa), somando cerca de 3.761 unidades.

Ferrari Dino 308 GT4 (1973-1980)

Primeiro Ferrari com motor V8 central-traseiro e 2+2 lugares. Desenvolvido em paralelo à linha Dino, mas com carroceria desenhada pela Bertone, diferenciando-se do estilo Pininfarina. Motor 3.0 V8, potência de 255 cv. Batizado inicialmente como Dino, só depois passou a ostentar o cavalinho rampante.

Abaixo, confira a tabela técnica detalhada das principais versões:

Modelo Ano Motor Potência cv Torque Nm Câmbio Peso (kg) 0-100 km/h Velocidade Máx (km/h) Consumo (km/L)
Dino 206 GT 1968-69 2.0 V6 DOHC 180 (SAE), 150 (DIN) 187 Manual 5 marchas 900-950 7.2 235 ~7,5
Dino 246 GT/GTS 1969-74 2.4 V6 DOHC 195 (SAE), 175 (DIN) 226 Manual 5 marchas 1.080 7.0 240 ~7,0
Dino 308 GT4 1973-80 3.0 V8 DOHC 255 (SAE), 230 (DIN) 284 Manual 5 marchas 1.250 6.6 250 ~6,5

Obs.: Valores de potência variam conforme norma de medição da época (SAE/DIN). Consumo médio em condições mistas, dados aproximados.

Versões e Detalhes

Ferrari Dino 206 GT

  • Motor V6 totalmente em alumínio, desenvolvia cerca de 180 cv (SAE).
  • Suavidade de funcionamento, peso reduzido e excelente distribuição de massas.
  • Apenas 152 unidades.
  • Design pioneiro que influenciou carros esportivos da década seguinte.

Ferrari Dino 246 GT/GTS

  • Motor V6 em bloco de ferro, maior cilindrada (2.418 cm³).
  • Versão GT (roof fechado), versão GTS (targa/removível).
  • Quase 4.000 unidades, sendo o Dino mais vendido.
  • Chassi em aço, estrutura robusta.
  • Mais rápido e potente em relação ao 206 GT.

Ferrari Dino 308 GT4

  • Primeiro Ferrari de quatro lugares (2+2) com motor central.
  • Motor V8 de 2927 cc, até 255 cv, torque de 284 Nm.
  • Assinatura de Bertone, linhas retas e estilo menos “clássico”.
  • Inicialmente chamado só de “Dino”, recebendo o emblema Ferrari mais tarde.
  • Excelente dirigibilidade, maior versatilidade para uso familiar sem perder esportividade.

Desempenho e Consumo

A Ferrari Dino sempre foi celebrada pelo seu comportamento dinâmico, resultado direto da posição central-traseira do motor e do baixo peso. A dirigibilidade afiada e o motor V6 de respostas rápidas diferenciam o modelo no segmento de esportivos clássicos. Ao volante, a Dino é comunicativa: entrega precisão nas curvas, arrancadas vigorosas e oferece uma sinfonia mecânica inconfundível.

Em desempenho puro, o Dino 206 GT já acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 7,2 segundos, alcançando os 235 km/h. Com o 246 GT, o tempo caiu para 7 segundos, e a velocidade máxima foi elevada para 240 km/h. O Dino 308 GT4, com seu motor V8, passou de 250 km/h, acelerando de 0 a 100 em apenas 6,6 segundos.

O grande diferencial era o equilíbrio: graças ao chassi bem distribuído, direção leve e suspensão independente nas quatro rodas, a Ferrari Dino se destacava em curvas sinuosas, sendo uma referência para carros de sua época. A sensação de controle sempre foi superior, mesmo com as limitações dos pneus da década de 1970.

No consumo, o esportivo nunca foi um carro econômico, como esperado para sua categoria. As médias ficam em torno de 7 a 7,5 km/l para os modelos 206 e 246, com o 308 GT4 registrando cerca de 6,5 km/l. Em uso esportivo, esses números podem cair consideravelmente, uma característica comum aos motores aspirados de alta rotação.

Vantagens e Desvantagens da Ferrari Dino

Vantagens:

  • Design clássico e atemporal, reconhecido mundialmente.
  • Ótima distribuição de peso e dirigibilidade superior.
  • Motorização marcante, com torque e potência progressivos.
  • Rendimento dinâmico invejável para a época.
  • Valorização constante no mercado de colecionadores.

Desvantagens:

  • O custo de manutenção é alto, com necessidade de mecânica especializada.
  • Peças de reposição podem ser difíceis de encontrar (especialmente nos 206 GT).
  • Consumo elevado para padrões atuais.
  • Espaço interno limitado, especialmente nos modelos 2 lugares.
  • Proteção anticorrosiva limitada nas versões mais antigas.

Glossário Automotivo

  • V6 / V8: Tipo de configuração do motor, onde os cilindros estão dispostos em “V”.
  • DOHC (Double Overhead Camshaft): Duplo comando de válvulas no cabeçote, melhora desempenho.
  • Cavalos-vapor (cv): Unidade de potência do motor.
  • Newton-metro (Nm): Unidade de torque do motor.
  • Targa: Tipo de carroceria cupê com teto removível.
  • Chassi: Estrutura sobre a qual o carro é montado.
  • Aspirado: Motor sem indução forçada (sem turbo ou compressor).
  • Torque: Força de rotação do motor, fundamental para arrancadas e retomadas.
  • Câmbio manual de 5 marchas: Tipo de transmissão com cinco velocidades e operação manual.

Conclusão

Em suma, a Ferrari Dino ocupa um lugar de destaque na história automobilística, sendo ponte entre a exclusividade da Ferrari e a busca por esportivos mais acessíveis, sem abrir mão da esportividade e do charme italiano. Suas versões, motorização e desempenho continuam a encantar gerações de entusiastas, além de serem uma escolha segura para quem busca investimento e prazer ao dirigir. Ainda hoje, a Ferrari Dino representa tudo o que um carro esportivo clássico deveria ser: belo, ágil, exclusivo e carregado de história.

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