Ferrari 355 é um nome que inspira admiração entre entusiastas do automobilismo e fãs da marca italiana. Lançada em 1994, ela ajudou a definir um novo padrão para os carros esportivos dos anos 1990, combinando desempenho, estilo e avanço tecnológico. Seu legado perdura até hoje, tornando a Ferrari 355 uma das Ferraris clássicas mais desejadas no mercado de carros colecionáveis.
Ao surgir como sucessora da 348, a Ferrari 355 foi projetada para corrigir as críticas feitas ao modelo anterior, especialmente quanto à dirigibilidade e ao acabamento. A fabricante de Maranello investiu pesado em desenvolvimento aerodinâmico, novos materiais e câmbio inovador, respondendo de forma certeira às demandas de seus exigentes clientes.
No cenário do mercado de clássicos, a Ferrari 355 destaca-se não apenas pelo design marcante assinado por Pininfarina, mas também pelo desempenho de seu motor V8 de alta rotação. O modelo tornou-se referência em termos de prazer ao dirigir, graças a uma combinação única de leveza, equilíbrio, som do escapamento e respostas precisas. Além disso, é elogiada por seu visual atemporal e suas linhas esportivas, que ainda hoje transmitem uma sensação de velocidade e exclusividade.
Entre seus principais atrativos estão o motor com cinco válvulas por cilindro, câmbio automático opcional tipo F1 — pioneiro entre os esportivos de rua — e diferentes versões, como Spider, Berlinetta e GTS. Seja nas ruas ou nas pistas, a Ferrari 355 cativa colecionadores e amantes de supercarros em todo o mundo, mantendo seu valor e relevância no mercado de carros usados e de colecionadores.
Ficha Técnica e Versões
A Ferrari 355 foi produzida entre 1994 e 1999, com três versões principais: Berlinetta (cupê), GTS (teto-removível) e Spider (conversível), além das edições limitadas como a Challenge, destinada a competições monomarca. Conheça cada uma delas:
Ferrari 355 Berlinetta
Lançada em 1994, a Berlinetta é a base da família 355. Tem carroceria cupê fechada, com design aerodinâmico e uso de alumínio para reduzir peso. Traz suspensão totalmente independente e direção assistida, além de ser equipada inicialmente apenas com câmbio manual de 6 marchas.
Ferrari 355 GTS
A GTS (Gran Turismo Spider) estreou em 1995. Seu diferencial está no teto removível tipo targa, que possibilita ao motorista desfrutar tanto da esportividade de um cupê quanto do prazer ao dirigir a céu aberto. O restante da mecânica é idêntico à versão Berlinetta, com algumas pequenas diferenças de peso devido ao reforço estrutural extra.
Ferrari 355 Spider
Também lançada em 1995, a Spider trouxe elegância e esportividade máxima com capota conversível elétrica em lona. Projetada para quem deseja sentir o vento e escutar o som do motor V8 ao extremo, é a versão mais procurada por fãs de conversíveis de alto desempenho.
Ferrari 355 Challenge
Destinada a competições monomarca da Ferrari, a 355 Challenge trazia preparação especial para pista: gaiola de proteção, bancos de competição, suspensão revisada, pneus especiais e escape modificado. Não era homologada para uso em vias públicas.
Ferrari 355 F1
Introduzida em 1997, a F355 F1 inovou ao oferecer o câmbio automatizado com borboletas atrás do volante, tecnologia inspirada na Fórmula 1. Foi um marco mundial, tornando a Ferrari 355 o primeiro esportivo de produção em série da marca a trazer tal sistema.
Tabela Técnica Detalhada
Abaixo, confira uma tabela técnica detalhada das principais versões. Clique nos links para saber mais sobre [cavalos-vapor (cv)]() e [Newton-metro (Nm)](https://pt.wikipedia.org/wiki/Newton_metro_(unidade)).
| Modelo | Ano | Motor | Potência | Torque | Câmbio | 0-100 km/h | Velocidade Máx. | Consumo Médio | Peso |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 355 Berlinetta | 1994-99 | 3.5 V8 40v | 380 cv @ 8.250 rpm | 363 Nm @ 6.000 rpm | Manual 6 marchas | 4,7 s | 295 km/h | 6-8 km/l cidade/estrada | 1.350 kg |
| 355 GTS | 1995-99 | 3.5 V8 40v | 380 cv @ 8.250 rpm | 363 Nm @ 6.000 rpm | Manual 6 marchas | 4,7 s | 295 km/h | 6-8 km/l | 1.375 kg |
| 355 Spider | 1995-99 | 3.5 V8 40v | 380 cv @ 8.250 rpm | 363 Nm @ 6.000 rpm | Manual 6 ou F1 6 marchas | 4,7 s | 295 km/h | 6-8 km/l | 1.350 kg |
| 355 Challenge | 1995-97 | 3.5 V8 40v | 380 cv @ 8.250 rpm | 363 Nm @ 6.000 rpm | Manual 6 marchas | 4,5 s | 295 km/h | – | 1.200 kg |
| 355 F1 (todas) | 1997-99 | 3.5 V8 40v | 380 cv @ 8.250 rpm | 363 Nm @ 6.000 rpm | F1 automatizado 6 marchas | 4,7 s | 295 km/h | 6-8 km/l | 1.350 kg |
Valores aproximados. O consumo médio pode variar conforme o uso.
Desempenho e Consumo
O grande destaque da Ferrari 355 está no desempenho proporcionado pelo seu motor V8 de 3,5 litros, dotado de 40 válvulas e injeção eletrônica dupla (Bosch Motronic 2.7, depois 5.2). A distribuição variável das válvulas aliada às cinco válvulas por cilindro garantia altas rotações (limite de giro em torno de 8.500 rpm) e respostas rápidas ao acelerador.
O câmbio manual de seis marchas trouxe trocas rápidas para a época, enquanto o sistema F1 revolucionou o segmento ao simular a experiência de um carro de Fórmula 1 para o dia a dia. Com todos esses recursos, a Ferrari 355 acelerava de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos e ultrapassava os 290 km/h de velocidade final — números ainda respeitáveis décadas depois.
Apesar do foco em performance, seu consumo era relativamente modesto para um superesportivo dos anos 90: ficava em torno de 6 km/l na cidade e 8 km/l em rodovia (valores de referência, podendo variar conforme a condução). Por outro lado, o custo de manutenção — principalmente para serviços especializados como troca de correias — é elevado e deve ser considerado por futuros proprietários.
A dirigibilidade da Ferrari 355 também merece destaque. Com equilíbrio de peso quase perfeito, direção precisa e suspensão esportiva, o carro proporciona um desempenho dinâmico excepcional, aliado a um ronco inebriante do V8, especialmente acima das 5.000 rpm. Esse conjunto faz da Ferrari 355 uma das melhores experiências de direção dos anos 90.
Vantagens
- Desempenho: Ótima relação peso x potência, acelerações rápidas e velocidade máxima elevada.
- Experiência de condução: Direção, suspensão e som do motor proporcionam enorme prazer ao dirigir.
- Valorização: Modelo valorizado no mercado de carros clássicos e colecionáveis.
- Design: Linhas tradicionais desenhadas por Pininfarina, com proporções perfeitas e visual atemporal.
Desvantagens
- Custo de manutenção: Manutenção complexa, peças caras e mão de obra especializada.
- Consumo: Relativamente elevado para uso diário.
- Conforto: Suspensão rígida, espaço interno limitado e pouca praticidade para bagagens.
- Tecnologia: Embora inovador nos anos 90, hoje recursos como segurança e entretenimento estão defasados.
Glossário Automotivo
- Berlinetta: Termo italiano para carros esportivos cupê fechados, geralmente leves e potentes.
- Torque: Força rotacional gerada pelo motor. Veja mais: Newton-metro (Nm).
- Cavalos-vapor (cv), unidade de potência dos motores.
- F1 Gearbox: Câmbio automatizado com trocas realizadas por borboletas atrás do volante, inspirado na Fórmula 1.
- Targa: Estilo de carroceria com teto parcialmente removível, geralmente com uma estrutura central fixa.
- Spider: Conversível, modelo com capota retrátil (normalmente em lona), comum em esportivos europeus.
- Challenge: Versão de competição preparada para pistas, não licenciada para uso em vias públicas.
- Suspensão independente: Sistema em que as rodas de cada eixo podem se mover independentemente, melhorando o contato com o solo e a estabilidade.
- Injection eletrônica: Sistema automatizado de alimentação de combustível, garante resposta rápida do acelerador e eficiência.
Conclusão
A Ferrari 355 é um símbolo de esportividade, design e inovação dos anos 1990. Suas diferentes versões — Berlinetta, GTS, Spider, Challenge e F1 — atendem a diversos perfis de entusiastas, do purista ao aficionado por tecnologia. Apesar dos altos custos de manutenção, ela se destaca como uma opção de colecionador, unindo beleza, desempenho e tradição Ferrari. Para quem busca emoção ao dirigir e exclusividade, a Ferrari 355 permanece, décadas depois, como um clássico absoluto.