Ferrari 275: História, Versões, Mercado e Atrativos

Ferrari 275

Ferrari 275 é um nome que ecoa entre os aficionados por carros clássicos, simbolizando o que há de mais refinado e exclusivo na linha Gran Turismo da marca italiana. Produzido entre os anos de 1964 e 1968, o modelo marcou uma geração pelo seu design inovador, desempenho emocionante e o charme típico dos veículos criados por Enzo Ferrari. Atualmente, o Ferrari 275 é cobiçado não só por colecionadores, mas também por investidores que enxergam na sua exclusividade e histórico uma oportunidade de valorização.

A história do Ferrari 275 começou no Salão de Paris, em outubro de 1964, quando a marca apresentou ao mundo o sucessor da também icônica Ferrari 250 GT. A transição trouxe características técnicas de ponta para a época, como a adoção de suspensão traseira independente – uma primazia nos modelos de rua da Ferrari. O [V12 Colombo](https://en.wikipedia.org/wiki/Ferrari_Colombo_engine) de 3.3 litros, aliado a um novo câmbio transaxle, colocou o esportivo à frente de muitos rivais, reafirmando a tradição da Ferrari em entregar carros potentes e sofisticados.

No que diz respeito ao mercado, o Ferrari 275 tornou-se um dos clássicos mais valorizados dos últimos anos. Casas de leilão como RM Sotheby’s e Bonhams já venderam exemplares da versão GTB/4 por cifras muito acima de 6 milhões de dólares, impulsionados pela raridade, estado de conservação e histórico de propriedade. Além disso, o modelo frequentemente figura entre os “10 carros clássicos mais desejados do mundo”, refletindo uma demanda global quase inabalável apesar dos altos valores.

Os atrativos vão muito além do status. O Ferrari 275 conquistou entusiastas e especialistas por sua dirigibilidade surpreendente, equilibrada pela suspensão independente nas quatro rodas e pelo câmbio manual de cinco marchas conectado ao diferencial traseiro. O design assinado por Pininfarina, com carroceria construída pela Scaglietti, é outra obra-prima que agrega valor e distinção ao modelo. Usabilidade, potência e exclusividade são atributos que definem o charme do Ferrari 275, mantendo-o atual mesmo diante dos superesportivos modernos.

# Ficha Técnica e Versões

O Ferrari 275 foi produzido em diferentes versões, cada uma com especificações próprias, números de produção variados e perfis específicos que conquistam públicos diversos. Entre elas destacam-se: 275 GTB, 275 GTB/4, 275 GTS, 275 GTB/C (Competizione) e a rara 275 NART Spider. Todas carregam o lendário motor V12, mas se diferenciam em detalhes como potência, peso, tipo de carroceria e finalidade (rua ou pista).

Tabela Técnica Detalhada

Modelo Ano(s) de produção Motor (cilindros) Potência cv Torque Nm Câmbio Peso (kg) Carroceria Consumo (km/l) Velocidade Máxima (km/h) 0–100 km/h (s)
275 GTB 1964–1966 V12 3.3L (Tipo 213) 280 cv 294 Nm Manual, 5 marchas 1100 Coupé (berlinetta) 5,8 260 6,1
275 GTB/4 1966–1968 V12 3.3L (4 comandos) 300 cv 294 Nm Manual, 5 marchas 1100 Coupé 5,7 268 5,8
275 GTS 1964–1966 V12 3.3L (Tipo 213) 260 cv 294 Nm Manual, 5 marchas 1200 Conversível (Spider) 5,5 241 7,2
275 GTB/C 1966 V12 3.3L Competizione 330 cv 326 Nm Manual, 5 marchas 950 Coupé (alumínio) 4,3 280 5,0
275 NART Spider 1967 V12 3.3L (GTB/4) 300 cv 294 Nm Manual, 5 marchas 1100 Conversível (Spider) 5,3 268 5,8

Principais Versões do Ferrari 275

  • Ferrari 275 GTB: Primeira variante do modelo, lançada em 1964. Disponível com carroceria short nose (nariz curto) e posteriormente long nose (nariz longo) para melhorar estabilidade em altas velocidades. Trazia motor V12 Colombo de 3.3 litros com três carburadores duplos (opcionalmente seis), entregando até 280 cv. Foi marcada por seu equilíbrio entre elegância e esportividade.
  • Ferrari 275 GTB/4: Apresentada em 1966, esta versão foi a primeira Ferrari de rua equipada com motor V12 de quatro comandos de válvulas (duplo comando em cada cabeçote). Sua potência subiu para 300 cv, marcando avanços significativos em desempenho e rotações mais altas. Foi chamada de GTB/4 pela adoção dos quatro comandos.
  • Ferrari 275 GTS: Destinada ao público que buscava um conversível sofisticado. Contava com o mesmo motor V12 ajustado para entregar 260 cv, mas com toques mais amenos ideal para turismo esportivo. Apenas 200 exemplares foram construídos, tornando-a uma peça rara.
  • Ferrari 275 GTB/C: Competizione, focada para as pistas, teve apenas 12 unidades produzidas em 1966. Chassi mais leve, carroceria feita em alumínio, utilização de cárter seco e variações para menor peso e maior potência (até 330 cv). Desempenho puramente voltado para provas de endurance como as 24 Horas de Le Mans.
  • Ferrari 275 NART Spider: Série limitada a apenas 10 unidades, construída a pedido de Luigi Chinetti (importador norte-americano). Baseada no GTB/4, era uma conversível projetada para os EUA. Valor de mercado altíssimo, é uma das Ferraris clássicas mais valiosas já leiloadas.

Desempenho e Consumo

O desempenho do Ferrari 275 foi referência durante sua época e, até hoje, é respeitável diante de muitos esportivos modernos. Mesmo sendo um clássico, seus dados surpreendem, especialmente nas versões mais potentes. A configuração transaxle (motor dianteiro e câmbio na traseira) proporcionou excelente distribuição de peso, resultando em ótima estabilidade e dirigibilidade.

O comportamento dinâmico costumava ser destacado por avaliações da imprensa especializada, enfatizando a precisão da direção, o equilíbrio em curvas e o feeling esportivo ao volante. As versões GTB e GTB/4 eram as favoritas para quem buscava performance, com aceleração de 0 a 100 km/h entre 5,8 e 6,1 segundos, números impressionantes para a década de 1960.

No entanto, o consumo de combustível era considerado elevado – algo típico dos grandes motores V12 aspirados à época. Segundo avaliações históricas, as médias ficavam em torno de 5 a 6 km/l para as versões de rua, enquanto a Competizione era ainda mais sedenta, com médias próximas de 4 km/l, especialmente em uso esportivo nas pistas. Tal consumo pode ser visto como uma desvantagem, principalmente ao compará-lo com esportivos atuais equipados com tecnologias modernas de eficiência.

Apesar de não contar com recursos como freios ABS ou controle de tração, o Ferrari 275 sempre recebeu elogios pela robustez mecânica e facilidade de manutenção – um diferencial relevante entre carros clássicos. O câmbio manual de cinco marchas, posicionado junto ao diferencial traseiro, proporcionava trocas precisas e sensação de esportividade máxima, ainda que, com o tempo, pudesse exigir revisões caras e minuciosas.

Vantagens e Desvantagens do Ferrari 275

Vantagens:

  • Exclusividade absoluta e enorme potencial de valorização.
  • Design clássico e atemporal assinado por Pininfarina.
  • Desempenho de referência, mesmo décadas após seu lançamento.
  • Dirigibilidade marcante, com equilíbrio raro entre conforto e esportividade.
  • Peça de investimento reconhecida internacionalmente, valorizando ao longo dos anos.

Desvantagens:

  • Consumo de combustível elevado.
  • Manutenção especializada e custos elevados para restauração ou revisão de componentes originais.
  • Falta de tecnologias modernas de segurança e entretenimento.
  • Unidades originais escassas, dificultando o acesso a quem deseja adquirir.
  • Uso restrito a colecionadores, dificilmente adequado para o dia a dia.

Glossário Automotivo

  • V12: Motor com 12 cilindros em “V”, conhecido por suavidade e alto desempenho.
  • Transaxle: Sistema que integra o câmbio/transmissão junto ao eixo traseiro, melhorando distribuição de peso.
  • Torque: Força rotacional do motor, medida em Newton-metro Veja aqui.
  • Cavalo-vapor (cv): Unidade de potência do motor, usada para indicar a força do motor veja aqui.
  • Cárter seco: Sistema de lubrificação do motor usado em carros de corrida para evitar falta de óleo em curvas.
  • Competizione: Versão destinada a competições, com preparação e especificações para alta performance.
  • Carburador: Dispositivo responsável pela mistura de ar e combustível nos motores antigos.
  • Berlinetta: Termo italiano para coupés esportivos fechados de duas portas.
  • Spider: Versão conversível dos modelos, geralmente mais leve e com teto removível.

Conclusão

O Ferrari 275 é mais do que um carro clássico; é um ícone da engenharia, design e esportividade italiana. Seja pelas suas diferentes versões, pelo desempenho extraordinário ou pelo indiscutível valor histórico e de mercado, o Ferrari 275 continua fascinando entusiastas e colecionadores ao redor do mundo. Sua exclusividade, aliada a uma estética de tirar o fôlego e mecânica refinada, consolidam o modelo como um dos mais desejados do planeta, representando o que há de melhor na tradição da Ferrari. Usar a palavra-chave Ferrari 275 continuamente reforça a relevância do modelo no universo automotivo de ontem e hoje.

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