Ferrari 212 Inter: História, Mercado e Atrativos

Ferrari 212 Inter

A Ferrari 212 Inter é um dos modelos clássicos que marcaram o início da trajetória da Ferrari como fabricante de carros esportivos de luxo. Lançada em 1951, a Ferrari 212 Inter foi desenvolvida para suceder a bem-sucedida 166 Inter. O modelo rapidamente se destacou tanto nas estradas, quanto nas pistas, graças ao seu design elegante e mecânica refinada. Pouco tempo após seu lançamento, tornou-se um dos automóveis favoritos entre os entusiastas e colecionadores ao redor do mundo.

A história da Ferrari 212 Inter está diretamente ligada à filosofia da marca em criar carros de rua que se aproximassem dos modelos de competição. A produção foi limitada a cerca de 80 unidades, o que aumentou ainda mais seu valor no mercado de carros clássicos. Diversas carrozzerias de prestígio, como Vignale, Ghia, Touring e Pinin Farina, assinaram a carroceria dessas unidades, gerando versões com designs distintos e extremamente exclusivos. O charme do modelo está exatamente nessa variedade: cada Ferrari 212 Inter carrega uma identidade única, refletindo o gosto do proprietário original e a visão dos designers envolvidos.

O mercado da Ferrari 212 Inter atualmente é de alta valorização. Exemplares bem conservados ou com história documentada podem atingir valores impressionantes em leilões internacionais, superando facilmente a marca de US$ 1 milhão. Essa apreciação constante é explicada não somente pelo apelo histórico da Ferrari, mas também pela sofisticação mecânica e pelo legado de exclusividade. Além disso, participar de eventos e concursos internacionais de elegância automotiva com um exemplar desse modelo é um privilégio reservado a poucos.

Atraente por sua atuação nas pistas, a Ferrari 212 Inter também se destaca pelo conforto e usabilidade para longas viagens. Sua combinação de potência, requinte e artesanato de alto nível faz dela muito mais do que um simples automóvel clássico. É o símbolo de uma época na qual a personalização e o refinamento eram marcas registradas das maiores fabricantes italianas – e, claro, um divisor de águas na história da Ferrari.

Ficha técnica e versões

A Ferrari 212 Inter foi produzida em diversas versões de carroceria, todas elas baseadas no mesmo chassi tubular e motor V12 desenvolvido pelo lendário Gioachino Colombo. Ao longo dos anos de produção – 1951 e 1952 –, as principais diferenças encontradas entre os carros envolviam o acabamento externo, o interior e detalhes específicos de configuração. A seguir, detalhamos as características técnicas que consagraram a Ferrari 212 Inter como um ícone:

Especificações gerais (todos os modelos 212 Inter)

  • Modelo: Ferrari 212 Inter
  • Anos de produção: 1951-1952
  • Motor: 2.6L (2.563 cm³) V12 Colombo, aspiração natural
  • Potência: 150 cv (confira o conceito de cv), versões com até 170 cv
  • Torque: Aproximadamente 203 Nm (entenda mais sobre Nm)
  • Câmbio: Manual de 5 marchas
  • Tração: Traseira (RWD)
  • Peso: Entre 950 kg e 1.000 kg, conforme a carroceria
  • Suspensão dianteira: Independente, com molas helicoidais
  • Suspensão traseira: Eixo rígido, com mola de lâminas
  • Freios: A tambor nas quatro rodas
  • Comprimento: Aproximadamente 4.200 mm (varia por carroceria)
  • Distância entre-eixos: 2.600 mm

Tabela técnica detalhada – Ferrari 212 Inter

Modelo Ano Motor Potência Torque Câmbio 0-100 km/h Velocidade Máxima Consumo Médio Peso
212 Inter Coupé Touring 1951-1952 V12 2.6L 150 cv 203 Nm 5 marchas ~10 s 190 km/h 7 km/l 950 kg
212 Inter Cabriolet Vignale 1951-1952 V12 2.6L 150-170 cv 203-210 Nm 5 marchas ~9 s 190-210 km/h 6,5 km/l 970 kg
212 Inter Ghia Coupé 1952 V12 2.6L 150 cv 203 Nm 5 marchas ~10 s 190 km/h 7 km/l 1.000 kg
212 Inter Berlinetta Pinin Farina 1951-1952 V12 2.6L 170 cv 210 Nm 5 marchas ~8,5 s 210 km/h 6 km/l 960 kg

Nota: Os dados variam conforme o tipo de carroceria, ajustes de fábrica e solicitações dos clientes à época.

Principais versões e personalizações

A Ferrari 212 Inter foi fabricada essencialmente sob encomenda, por isso há uma grande variedade de versões únicas, derivadas das carrocerias assinadas pelos principais estúdios italianos. Entre os mais renomados estão:

  • Touring Superleggera: Assinou a maior parte dos exemplares, utilizando tecnologia Superleggera (“super leve”), que empregava alumínio sobre uma treliça de tubos de aço. As linhas elegantes são características destas versões coupé (fechadas), hoje altamente valorizadas por colecionadores.
  • Vignale: Destacou-se pelas versões cabriolet (conversíveis), com toques artísticos marcantes, detalhes cromados ousados e pintura em dois tons. A Vignale criou também berlinettas e coupés, sempre com acabamento luxuoso.
  • Ghia: Produziu algumas unidades exclusivas, com desenho mais sóbrio e influência da escola estilística italiana dos anos 1950, o que as torna desejáveis por sua raridade.
  • Pinin Farina: Focou em berlinettas (cupês esportivos de 2 lugares) com linhas fluidas, antecipando o estilo que se tornaria marca registrada da Ferrari nas décadas seguintes.

Outros encarroçadores, como Carrozzeria Motto, também participaram do projeto. Não há um padrão absoluto de interior, detalhes de painel ou bancos, pois eram customizados de acordo com o gosto e exigência do comprador original.

Desempenho e consumo

O desempenho da Ferrari 212 Inter estava bastante avançado para sua época. Graças ao inovador motor V12 Colombo de 2,6 litros, o modelo entregava uma experiência de pilotagem vigorosa e, ao mesmo tempo, refinada. O bloco compacto e leve proporcionava respostas rápidas e um ronco característico, marcando o DNA esportivo da Ferrari. Em termos de aceleração, o tempo de 0-100 km/h rondava os 8,5 a 10 segundos, dependendo da carroceria e especificações do motor.

A velocidade máxima atingia 190 km/h nas versões convencionais e até 210 km/h nos modelos preparados (em especial Berlinettas feitas por Pinin Farina). Esses números eram impressionantes para um grand tourer dos anos 1950, especialmente considerando o peso contido e a aerodinâmica aprimorada de certos exemplares. Além disso, a dirigibilidade era superior à dos concorrentes da época, reforçada pela inovação do câmbio manual de 5 marchas – uma raridade na indústria automotiva daqueles tempos.

O consumo médio variava entre 6 e 7 km/l, o que pode parecer elevado pelos padrões atuais, mas era bastante razoável para um V12 da época. A gratificação de dirigir uma Ferrari 212 Inter supera, para os entusiastas, qualquer limitação em termos de eficiência de combustível.

Vantagens da Ferrari 212 Inter

  • Exclusividade extrema: cada unidade é quase única, com acabamento sob medida.
  • Valor histórico: considerado um dos carros mais importantes da era inicial da Ferrari.
  • Motor lendário: o V12 Colombo se consagrou pela robustez, som inconfundível e desempenho.
  • Potencial de valorização: investimento seguro a médio e longo prazo no mercado de clássicos.
  • Participação em eventos de prestígio: acesso facilitado a concursos e rallies históricos.

Desvantagens da Ferrari 212 Inter

  • Manutenção especializada: necessidade de oficinas e especialistas em clássicos, com peças raras e caras.
  • Consumo relativamente alto: em comparação com modelos modernos, exige atenção ao uso diário.
  • Conforto limitado: embora refinado para os padrões dos anos 1950, pode ser menos confortável que GTs atuais.
  • Diferenças grandes de unidades: a ausência de padrão dificulta restaurar ou manter a originalidade de exemplares modificados.

Conclusão

A Ferrari 212 Inter é um marco incontestável na história da marca italiana e tem apelo único entre colecionadores e amantes de carros clássicos. Seu design, desempenho e exclusividade fazem dela não só um símbolo da elegância dos anos 1950, mas também um investimento sólido e uma experiência de condução inigualável. Com peças sob medida, motor V12 lendário e múltiplas variações de carroceria, a Ferrari 212 Inter encanta, desafia e perpetua a mística da Ferrari em seu período mais artesanal e autêntico.

Glossário Automotivo

  • Carrozzeria: termo italiano para empresas especializadas em desenhar e construir carrocerias.
  • Chassi tubular: estrutura do carro feita de tubos de aço unidos, garantindo rigidez e leveza.
  • Cupê: modelo de automóvel com teto fixo e duas portas, normalmente esportivo.
  • Cabriolet: versão conversível de carro, com teto retrátil.
  • Grand Tourer (GT): automóvel esportivo projetado para viagens longas, combinando desempenho e conforto.
  • Cavalo-vapor (cv): unidade de potência do motor; [entenda mais](https://pt.wikipedia.org/wiki/Cavalo-vapor).
  • Newton-metro (Nm): unidade de medida de torque; [saiba mais](https://pt.wikipedia.org/wiki/Newton_metro).
  • Superleggera: técnica de carroceria ultraleve criada por Touring Superleggera.
  • Manual de 5 marchas: sistema de transmissão com cinco opções de engrenagem controladas pelo motorista.
  • Berlinetta: termo italiano para cupês esportivos de dois lugares.

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